quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Inside Sales, 10 ideias para montar sua equipe e alavancar as vendas


 

Muitas empresas têm apostado na montagem de equipes de vendas internas, como forma de aumentar receitas e fomentar o crescimento de sua base de clientes ativos. Nesse artigo eu deixo umas dicas bem práticas, dicas de quem já passou por alguns projetos de implantação e aprendeu com erros e acertos.

  

1 – Se você tem uma carteira de clientes inativos, você já tem um bom motivo para ter um time de inside sales.

Pode-se dizer que é mais fácil recuperar clientes inativos do que abrir clientes novos. Levante quantos clientes compraram da sua empresa nos últimos cinco anos. Depois subtraia os que compraram nos últimos seis meses. Se o resultado for maior que 1.000 clientes, você já tem um bom motivo para pensar num time de inside sales.

2 – Retenha sua equipe permitindo que cada operador desenvolva sua própria carteira de clientes.

Muitas empresas têm um alto turnover nas suas equipes de venda interna. Quando os produtos ou serviços são simples, é fácil substituir os operadores que saíram. Mas quando a venda envolve um catálogo de produtos mais complexo, questões técnicas, conhecimento dos concorrentes etc., é vital não perder aquele operador que levou de seis meses a um ano para ficar bom. A estratégia mais comum para retenção da equipe é permitir que os operadores desenvolvam suas próprias carteiras de clientes, à medida que consigam fazer reativações.

3 – Treinamento, treinamento, treinamento.

A despeito das atuais facilidades de treinamento remoto, treinar as equipes internas é ainda mais fácil. E ainda tem a natural troca de experiências de quem trabalha lado a lado. Os vendedores do time interno podem se tornar a força de vendas mais especializada da empresa.

4 – Menos desconto, mais regra.

É fato que operadores de inside sales são mais parcimoniosos com preços, prazos de pagamento e concessões em geral. Muitos vendedores externos tendem a “queimar preço” entregando aos clientes, de uma vez, todas as suas cartas na manga. O custo e o desgaste das viagens aliado ao receio de não realizar a venda, a vontade de fechar o negócio e partir para a próxima visita, e até o receio do cliente saber que não recebeu a melhor condição possível, são fatores que acabam gerando esse comportamento. Na prática, se a empresa definir uma política comercial, é mais provável que ela seja seguida à risca pelo time de inside sales.

5 – Inside sales é fonte valiosa de inteligência de vendas.

Quando você monta uma equipe de inside sales e começa a reativar clientes, a carteira que vai sendo formada costuma ser uma boa amostragem da carteira de clientes total da empresa. Quer saber como está o mercado, faça uma rodinha com a equipe e deixe a turma falar. Os clientes estão estocados? Estamos perdendo para qual concorrente? Qual produto falta no nosso mix? O que o consumidor fala do nosso produto? Você pode, inclusive, acrescentar pesquisas no script de abordagem deles junto aos clientes.

6 – Existem formas alternativas de remuneração.

Algumas empresas estão substituindo a tradicional comissão sobre vendas por um incremento de remuneração fixa e premiações pelo resultado global da equipe. Isso incentiva a colaboração, tanto entre os operadores quanto entre operadores e vendedores externos. Bora quebrar paradigmas!

7 – Implante e use efetivamente um bom sistema CRM.

Meio óbvio, mas o óbvio precisa ser feito. Bons sistemas CRM vão organizar todo o trabalho e vão garantir a personalização do relacionamento com o cliente. O CRM é a mola mestra do inside sales.

8 – Busque o atendimento omni channel.

Ofereça canais de atendimento. Não como concorrentes, mas como complementares. Não é uma arrumação fácil, mas vale o esforço de tentar. Vendedores externos identificam oportunidades de exposição de produtos e aumento de mix, avaliam como estão os concorrentes no ponto de venda, etc. Já os operadores de inside sales tem uma grande produtividade, podendo fazer dezenas de contatos num dia, sem o custo da visita presencial. Um e-commerce B2B, por sua vez, permite uma imensa capilaridade e conveniência para o cliente. Mas é tanta conveniência que o seu cliente pode te trocar pelo Ali Express ou Shopee. Se liga! À despeito de toda tecnologia, vendas ainda é relacionamento. E sem relacionamento o que sobra é o preço. Ser omni channel é turbinar o relacionamento, não eliminar o relacionamento.

9 – A venda digital assistida.

Complementando o tópico anterior, o bom uso do E-commerce B2B é mesclar a conveniência do pedido sendo montado pelo cliente com o apoio do vendedor. Esse apoio pode ser por telefone, chat ou pode até ser um carrinho de compras montado previamente pelo vendedor para análise e aprovação do cliente. Em suma, a venda digital assistida é a junção da tecnologia com o relacionamento, a humanização do E-commerce.

10 – Inside sales não se enquadra necessariamente na NR-17.

Aqui entra uma questão polêmica. A NR-17 é a normatização que rege o trabalho do operador de telemarketing, evolvendo jornada de trabalho reduzida, pausas, questões de ergonomia, acústica etc. Na prática, em muitos casos, a atividade de inside sales não costuma ter todo esse comprometimento de tempo com ligações telefônicas, a ponto de configurar o típico operador de telemarketing da NR-17. Dito isso, muitas empresas têm optado pela contratação de operadores de inside sales no regime convencional. Consulte a sua área de RH ou Jurídica para avaliar os riscos de não enquadrar seu time de inside sales na NR-17.

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terça-feira, 22 de agosto de 2023

Curva A de Vendas - Ajudando o cliente a vender o seu produto

 


Às vezes parece que o processo de vendas para uma revenda, seja varejo ou atacado, se resume a um eterno xôrôrô de preço de um lado, e um monólogo sobre qualidades e vantagens do produto do outro. Quando isso acontece, é provável que o comprador ainda não tenha percebido o benefício do que está sendo ofertado.


O comprador pode estar equivocado ao não dar o devido valor ao seu produto ou serviço, ou pode estar apenas jogando o jogo normal da negociação. Chorar preço está no DNA dos compradores.


Mas se você cai nessa armadilha, ou você tem o melhor preço, ou diga adeus à sua venda.

 

O vendedor consultor

Cliente não quer preço, cliente quer ganhar dinheiro com seu produto. Quando a gente conduz a conversa nesse sentido, a negociação tende a destravar e a venda acontece.


É nesse contexto que surge o papel do vendedor consultor, o vendedor que consegue “rebaixar” a importância do preço na negociação ajudando o cliente numa série de outras questões:

  • Indicação do mix ideal;
  • Orientação sobre exposição dos produtos;
  • Conhecimento das características de uso dos produtos;
  • Conhecimento sobre os concorrentes;
  • Treinamento dos balconistas ou vendedores;
  • Informações precisas sobre entrega;
  • Orientações sobre a colocação de pedidos no sistema B2B, assumindo que o fornecedor tem um.

E isso tudo junto vai consolidando uma variável fundamental, que é o relacionamento com o cliente. A confiança, a percepção de parceria.

 

A curva A de vendas

Nesse artigo eu vou falar do primeiro item dessa lista, o mix de produtos que você vai ofertar.

O cliente pode ser conhecedor do seu segmento a ponto de saber exatamente o que quer. Nesse caso, atenda o cliente, mas sempre procure oportunidades de aumentar seu mix com ele. Mostre produtos novos, ou produtos do seu mix que o cliente está comprando com a concorrência.

 

Em vendas, aumentar o mix no cliente é uma estratégia defensiva, pois você se torna mais importante para o cliente e isso pesa na balança da negociação.

 

Em muitos casos, os clientes precisam de sua orientação quanto ao mix. Esse é um momento crucial, onde você pode conquistar sua confiança ou cair numa armadilha que vai te cobrar um alto preço no futuro.

Você pode estar tentado a oferecer os produtos que você tem mais estoque, aqueles produtos que o seu gestor está querendo que você venda, que podem até estar fazendo parte de uma promoção ou campanha. Resista à tentação e não caia na armadilha. Se os produtos que você indicou não girarem, você está numa enrascada.

 

Se o cliente pediu a sua orientação, ofereça a sua curva A de vendas. 

 

O Princípio de Pareto

O italiano Vilfredo Pareto foi um cara genial.


Ele percebeu, observando a colheita de ervilhas, que 80% das melhores ervilhas vinham de 20% das vargens. Com o tempo observou que a “regra 80/20” era observável em várias outras situações, desenvolvendo um conceito que é utilizado para análises e priorizações até hoje.


Vilfredo Pareto, 1848 - 1923

 

Nas vendas, a análise de Pareto nos diz que 80% da receita vem dos 20% de produtos mais vendidos. São esses produtos que estamos chamando de “Curva A”.


A forma de identificar esses produtos é bem simples – ordene os produtos das maiores receitas para as menores, calcule os percentuais de vendas sobre o total e depois os percentuais acumulados. Veja como fazer no exemplo abaixo:




No nosso exemplo, os produtos da classe A, ou curva A, são os 6 produtos que respondem por 79,5% da receita da empresa.


Podemos verificar isso no Gráfico de Pareto.



 

Matemática + Bom Senso

Feito o estudo, avalie o mix da Curva A conforme calculado. Veja se faz sentido para o segmento e porte do cliente. Faça os ajustes necessários e bote na sua proposta um mix de produtos que vai girar e estabelecer um novo patamar de confiança entre o cliente e você.